quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Os 45 anos do Shades Of Deep Purple e os 20 do The Battle Rages On (Parte 1)

É, no mesmo mês de Julho, dois discos do Deep Purple fazem aniversários importantes. Isso é até bom, pois o primeiro é o debut da banda, e o outro é o último com o Blackmore, o que nos permite fazer um comparativo bem interessante. Hoje, porém, ficaremos no debut da banda.

Lançado em Julho de 1968, o disco do Deep Purple foi um marco: Além de ser a primeira das três da Santíssima Trindade do Hard Rock a lançar seu debut (Led Zeppelin só o faria em 1969 e o Black Sabbath, apenas em 1970), revela uma banda ainda um pouco imatura, tentando encontrar o seu som em meio a uma onda progressiva e lisérgica, a qual posso dizer que até influenciou em parte o quinteto nessa bolacha.

Capa comemorativa
O disco começa logo com um longo acorde de órgão, que desemboca numa porrada instrumental chamada And The Adress?, mostrando que a banda chegou pra mudar as coisas. Apesar de meio longa, é uma grande música. Seguindo, temos o maior sucesso da banda com a formação Mk I (Blackmore, Paice, Lord, Simper e Evans), a versão do Deep Purple para Hush. Até hoje é tocada, aliás, foi uma das poucas músicas do Deep Purple que não são da Mk II mas que o Gillan aceitou cantar, fazendo-a com maestria.
One More Rainy Day é uma balada típica, das que apareceria num disco dos Beatles. É uma das menos badaladas do disco, mas é das que eu mais curto.
Capa original inglesa
Fechando o Lado A, temos Prelude: Happiness/I'm So Glad. Enquanto que a introdução é só mais uma das grandes peças do saudoso Jon Lord, a segunda parte da música, o cover do blueseiro Skip James, é uma das melhores, senão a melhor versão da mesma. Mesmo tendo 7 minutos e uma diminuta letra, essa versão é anos luz melhor que a do Cream, por exemplo.

Mandrake Root abre o Lado B. Na minha opinião, melhor música do disco. Com 6 minutos de puro peso, vale a pena uma ouvida. Ela começa até meio suingada, no trecho onde Evans solta a voz. Depois, um som de trovão/explosão/seiláqueporraéessa e a música muda totalmente. Destaque para Paice, enfurecido atrás da bateria, mandando muito bem.
Infelizmente, as últimas três músicas, Help! (cover dos Beatles), Love Help Me e Hey Joe (não preciso citar de quem é esse cover, não é mesmo?), não mantém o nível. Aqui eu tenho a impressão que o Lord exagerou um pouco na virtuose e deixou as músicas muito longas e chatas, principalmente os dois covers. Pra quem gosta, é um prato cheio, mas não me desce muito. Pra mim, o disco vale (e muito!) pelas cinco primeiras.

Bom, sugiro que coloquem o disco para tocar e ouçam até o final (ou pelo menos até Mandrake Root xD), vale a pena. Semana que vem, a segunda parte, com o polêmico The Battle Rages On.


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